Camisetas pelo avesso

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

Nos primeiros anos da presença humana na Terra, as pessoas simplesmente se cobriam com peles de animais, mais para proteger-se do frio e contra a vegetação espinhosa. Os indígenas brasileiros, na Idade da Pedra Polida, apesar dos enfeites, cocares, colares, brincos e pulseiras, andavam nus.

Da antiguidade da Suméria ao Antigo Egito usava-se um saiote e uma pequena capa que cobria os ombros e o peito. Evoluiu na Grécia, para a túnica de formato retangular que cobria o corpo até as coxas; e Roma, sob a influência grega criou a toga, que ia dos ombros aos tornozelos.

Os tempos modernos, com a Revolução Industrial e nascimento da indústria têxtil, vieram calções, calças as camisas. Mais tarde como invenção disputada por italianos e franceses, apareceram as camisetas que eram usadas como roupa de baixo.

A História registra que nos navios, os marinheiros usavam o dorso nu, ou usavam camisas sem manga amarradas à cintura. Só na Primeira Guerra – a guerra calorenta das trincheiras – os soldados europeus vestiram camisetas leves feitas de algodão, o que levou o exército americano a encomendar às pressas tais peças para substituir os pesados dólmãs de lã.

No Brasil, imigrantes italianos, espanhóis e portugueses trouxeram as camisetas, úteis no calor tropical, mas os brasileiros usavam-nas sob camisas de manga longa. Só era adotada por jogadores de futebol até que, a partir dos anos 50, os jovens passaram a vesti-las socialmente. Então, tornaram-se comuns numa tradução da americana T-shirt.

Dez anos depois, um marqueteiro descobriu-a e lançou-as com dísticos políticos e efígie de candidatos e logomarcas de partidos. Daí em diante foi impossível uma campanha eleitoral sem distribuição de camisetas.

Com a redemocratização, surgiu partido, o PT, prometendo mudar o Brasil… Adotou camisetas vermelhas que ganharam as ruas contra as oligarquias, o nepotismo e a corrupção. Prometiam escolas públicas de qualidade e assistência médica gratuita para todos. Juravam construir um País de liberdade, justiça, segurança e paz.

Cativando o povo, chegou ao poder, mas passados doze anos, o que se vê são as camisetas vermelhas vestidas pelo avesso. O ensino público está abandonado a começar dos salários miseráveis dos professores; a Saúde Pública virou peça de marketing com importação de médicos cubanos de discutível capacidade; a sociedade não vive um clima de paz: a violência se estabeleceu com 52 mil assassinatos por ano; e a impunidade impera.

Com as camisetas da esperança pelo avesso, o PT aliou-se aos oligarcas, sucateou a administração pública; assaltou o Erário e depreciou as empresas estatais pela incompetência e desonestidade; e, pior, zomba da opinião pública solapando a República pela compra do Legislativo e infiltração no Judiciário.

Sob os punhos de renda de uma diplomacia ideologizada, as camisetas pelo avesso desmoralizam a política externa apoiando e distribuindo de benesses às ditaduras africanas e ao narco-populismo latino-americano.

Com as camisetas pelo avesso, petistas encapuzaram-se para desmoralizar as manifestações democráticas do povo. E, controlada a imprensa por verbas bilionárias, sentam-se diante de computadores tentando calar o último e autêntico baluarte oposicionista.

O PT vermelho, decomposto pela vulgaridade, desmoralizado pela incompetência e adulterado pela corrupção, traz as camisetas vestidas pelo avesso, desbotadas e molambentas. É por isso que apela para os macacões da Petrobras, vestindo-os como a mortalha o último suspiro para enganar o povo falseando um patriotismo que não é seu.

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