SUSPEITAS

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Com tanta mediocridade adejando no concerto das nações, e particularmente, no Brasil aonde se funde com os crimes na administração pública e na atividade política, vale a pena ir ao século 18 e receber de Holbach uma lição que nos dá na sua obra “Sistema da Natureza”.

“A ignorância, o erro, o preconceito, a falta de experiência, de reflexão e previsão, eis as verdadeiras fontes do mal moral. Os homens prejudicam-se a si próprios porque não se informam dos seus próprios interesses”.

Contra esses males, deve-se ir à História na defesa da blogueira Adriana Vandoni da TV Pantanal no Mato Grosso, processada por comentar que para roubar, juntem parceiros e se filiem ao PT. Em favor de Adriana, usaremos a “suspeita” como o princípio jurídico, expresso no primoroso texto do promotor Ivaldo Lemos Junior, do MP/DF. O doutor Ivaldo defende o direito de policiais na abordagem por suspeita, direito adquirido pela experiência “dos que enxergam situações que olhares destreinados não percebem”.

Isso também ocorre com o comunicador municiado de fatos irrecorríveis que levantam suspeitas na seqüência histórica protagonizada por petistas, que parecem obedecer a um interesse comum.

Apenas três em inúmeros casos, poderão absolver Adriana Vandoni. Comecemos com a Operação Sanguessuga da Polícia Federal investigando a compra superfaturada de ambulâncias pelo Ministério da Saúde. Nela, a PF apreendeu em hotel de São Paulo US$ 248,8 mil e R$ 1, 168 milhão com o petista Valdebran Carlos Padilha da Silva, empreiteiro mato-grossense.

A denúncia saiu da CPI da Câmara Federal que apurou o esquema que resultou em 46 mandados de prisão contra políticos e assessores. Foi tão grande a repercussão, que resultou na derrota fragorosa do ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, candidato ao governo de Pernambuco. O ex-ministro foi inocentado; mas tarde demais. Elegeu-se Eduardo Campos, hoje candidato à presidência.

Há também os assassinatos misteriosos dos prefeitos Celso Daniel e Toninho, de Santo André e de Campinas, mortos insepultos para permanente pesadelo dos lulo-petistas. Em ambos os casos, as investigações oficiais não foram conclusivas quanto aos motivos das mortes.

O caso Celso Daniel está no livro “Assassinato de Reputações”, de Romeu Tuma Junior, com a confissão do atual ministro petista Gilberto Carvalho, factótum do ex-prefeito, incumbido da movimentação financeira da Prefeitura de Santo André.

Carvalho disse que ia processar Tuma Jr., que ele confirmou a existência de um propinoduto em Santo André e que pessoalmente levava o dinheiro desviado para José Dirceu. O médico João Francisco Daniel, um dos irmãos de Celso, afirma a exatidão do fato nos termos relatados por Tuma Júnior.

Recentemente, num vaivém que se arrasta até hoje, temos envolvimento do deputado André Vargas com o doleiro Alberto Youssef, segundo diligências da Operação Lava Jato que investigou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A PF concluiu e o MP deu crédito. Registrou-se um íntimo relacionamento de Vargas com o doleiro Youssef. Mantinham encontros e trocavam mensagens de celular e telefones, combinando conversas em aeroportos, postos de gasolina, na casa do deputado, e até no gabinete da Câmara.

Na época, André Vargas era líder do PT na Câmara Federal e Youssef trazia longa folha corrida no submundo; era compadre do falecido deputado federal José Janene, peça chave do “mensalão”; foi investigado na CPI do Banestado; transacionava dinheiro para o exterior através das contas CC-5, e depositava dinheiro de políticos em bancos de Beirute, capital do Líbano.

Ambos, o deputado petista e o doleiro, estão implicados no esquema investigado e desbaratado pela PF. O alcance das operações chegou à Petrobras e enredou o antigo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, hoje candidato de Lula ao governo de São Paulo.

Padilha nega qualquer ligação com o doleiro, e os petistas avaliam como positiva a sua defesa no caso do Laboratório Labogem, contra o qual pairam graves denúncias.

Por tudo isso, pelo faro e a experiência na observação da política e dos políticos, o comunicador tem o direito de levantar suspeitas.

8 respostas para SUSPEITAS

  1. horacio disse:

    Antes disso a Adriana foi censurada proibida de utilizar a palavra “reeducandos” ao se referir a membros da “Família Riva” do deputado estadual José Geraldo Riva e sua mulher Janete Gomes Riva, o seu blog até hoje tem a faixa “censurado”.
    Muito bom texto Mestre.
    Abraços e boa caminhada da saúde pelo aterro.

  2. Ajuricaba disse:

    Por esta e outras é que temos que lutar com todas as forças contra as ações da corja vermelha para o controle dos meios de comunicação, nas suas mais “belas” assinaturas de marco civil das comunicações, democratização da mídia ou qualquer coisa do gênero.

  3. Meu Deus, nunca vi tanta libertinagem, vagabundagem, sujeira, etc…, vinda de um partido político, haja capacidade para se chegar ao auge da delinqüência politica. Se nao conseguirmos tirar toda essa sujeira, realmente podemos dizer adeus ao Brasil dos brasileiros!

  4. Caro Miranda Sá, já manifestei em minha página no twitter minha solidariedade a Adriana Vandoni por falar a verdade. Aprendemos que, ao reconhecermos a verdade, ela, a verdade nos libertará. Mas também sabemos que, no regime totalitário do PT, falar a verdade é perigoso, que o diga a jornalista Rachel Sherherazade. O PT nos anos 80 do Século XX era uma agremiação política, mas no Século XXI se transformou numa associação criminosa.

  5. Maria de Fatima disse:

    Pior de tudo que li é saber que todos esses 3 fatos são sabidos, ainda estão em curso,e mantendo-se no poder esse mesmo partido não chegaremos a nenhum.E ainda tem quem acredite e vote no PT.imagine se o PT perde e abrimos essa caixa preta do governo petista ?

  6. paulo disse:

    isso se deixarmos passar também,caro Miranda o nebuloso caso Carlinhos Cachoeira que pra não falar muito teve aquele “torpedinho amoroso” do Vacarezza para o Cabral e pra não dizer que pegamos coisas só da Veja, esse é do próprio site dos petistas o famoso 247…http://www.brasil247.com/pt/247/poder/59783/Vaccarezza-a-Cabral-voc%C3%AA-%C3%A9-nosso-e-n%C3%B3s-somos-teu-Vaccarezza-Cabral-voc%C3%AA-%C3%A9-nosso-n%C3%B3s-somos-teu.htm

  7. Vandecely disse:

    Quando política e judiciário vivem uma relação de promiscuidade patente, sucumbe a verdade, reina a hipocrisia!

  8. Ricardo disse:

    Muito boa palavra cacique…