Augusto dos Anjos

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Hino à dor

Dor, saúde dos seres que se fanam,

Riqueza da alma, psíquico tesouro,

Alegria das glândulas do choro

De onde todas as lágrimas emanam..

 

 

És suprema!  Os meus átomos se ufanam

De pertencer-te, oh!  Dor, ancoradouro

Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro

De que as próprias desgraças se engalanam!

 

 

Sou teu amante!  Ardo em teu corpo abstrato.

Com os corpúsculos mágicos do tacto

Prendo a orquestra de chamas que executas…

 

 

E, assim, sem convulsão que me alvorece,

Minha maior ventura é estar de posse

De tuas claridades absolutas!

 

Biografia de Augusto dos Anjos aqui

Uma resposta para Augusto dos Anjos

  1. Maravilhoso, leiam é tempo de voltar a poesia, em tempos de tanta dor de perdas e de nossos, corpos, que indiretamente, expressa as dores de nossa alma e frustrações, também, parabéns, fação parte deste site, e receba, notícias e pérolas da literatura. Abraços.