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DA NEGAÇÃO

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

É preciso não confundir negacionismo e negativa; o negacionismo investe contra algo que tem evidência, e a negativa é a recusa e rejeição ao que está errado. A família da negação tem um verbete forte, o Nego, que está na bandeira da Paraíba.

O “Nego” compôs um discurso do ex-governador da Paraíba, João Pessoa, recusando-se a aceitar a continuidade da aliança “Café com Leite” que alternava os estados de São Paulo e Minas Gerais no poder.

Uso o efeito do Nego explícito e conclusivo para Lula e os seus comparsas de falarem sobre Democracia e Liberdade, quando apoiam a ditadura sanguinária de Maduro, na Venezuela. Esta posição infame deles de nada vale para a cidadania brasileira e o coração nacional.

Só os idiotas se recusam a denunciar um regime baseado na fraude e na violência; só pessoas muito estúpidas acompanham o lulopetismo pelo fanatismo a algo que não mais existe, a promessa de igualdade e liberdade nos palanques eleitorais e foi traída após a assunção ao poder pelo lulopetismo.

“Nego” a quem se diz “de esquerda” – configurada na Revolução Francesa como libertária – o direito de se assumir como herdeiro de Danton, Herbert e Marat líderes da luta contra os monarcas, aristocratas e oligarcas levantando a flâmula da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

“Nego” a quem defende um regime totalitário que subjuga e infelicita um povo; executor de prisões injustas e os assassinatos de quem se manifesta pacificamente.

É preciso ficar clara a nossa defesa das correntes de opinião que se confrontam com a que pregamos; que sejam livres os que pensam diferente de nós; mas condenamos os que adotam mentiras para divulga-las.

Contra a mentira e a fraude a nossa decisão é freá-las com a necessária e urgente rapidez para que não semeiem o mal.

Não é coisa nova; fizemos isto condenando os anteriores governos lulopetistas que se encerraram com o impeachment de Dilma e repetimos nosso combate no governo Bolsonaro que findou melancolicamente pelo desprezo popular.

Está mais do que provado que Lula e Bolsonaro são iguais, mantendo a pobreza e o analfabetismo com uma política que só funciona em proveito próprio, ajudando corruptores para usufruir propinas nos paraísos fiscais.

Gozando devotadamente dos privilégios que a legislação leniente e os tribunais aparelhados, Lula e Bolsonaro praticaram e praticam no governo a corrupção, estendendo aos filhos o segredo dos truques para driblar críticas e denúncias.

A Nação assiste estupefata a duplicidade de Lula que assume através dos bonzos que dirigem o seu partido, o PT, a defesa da ditadura Maduro e, disfarçadamente, pondo em dúvida a fraude praticada pela ditadura venezuelana.

Esta imunda posição – que desconfiamos vai além da ideologia, mas pelas práticas corruptas conhecidas por Maduro – trouxe dialeticamente uma boa coisa: separou na esquerda brasileira o joio do trigo.

Partidos e políticos, mesmo alguns parlamentares “de esquerda”, discordam do posicionamento servil adotado por Lula e os bezerros de presépio que o apoiam.

Heráclito, na antiga Grécia enunciou que “não se pode entrar duas vezes no mesmo rio, porque as águas se renovaram e a pessoa já não é a mesma”; e com esta contribuição dialética, filósofos modernos como Descartes, Diderot e Spinoza, encontraram os elementos da dialética pela negação da negação.

Seria injusto negar que a dialética como método de análise foi desenvolvida por Hegel, de quem Marx e Engels se aproveitaram para desenvolver o materialismo dialético, e, com a lógica e a teoria do conhecimento forneceram as ferramentas que nos permitem observar o comportamento dos governantes e julgá-los.

Marjorie Salu

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